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Anne Frank

Annelies Marie Frank nasceu no dia 12 de junho de 1929, em Frankfurt am Main, na República de Weimar. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), a república estabelecida pela Alemanha ganhou o nome de República de Weimar e durou de 1919 até 1933, ano que teve ascensão do nazismo. Anne foi a segunda filha do casal Otto Frank e Edith Frank-Holländer e teve uma irmã mais velha, Margot Frank. A família Frank era de judeus liberais, o que significava que não seguiam todos os costumes e tradições do judaísmo. O casal sempre incentivou as filhas a lerem desde cedo e Anne mostrou aptidão para ler e escrever.

 

A ascensão do nazismo e das manifestações e sentimentos antissemitas (ódio e preconceito contra os judeus) fez com que a família temesse o que pudesse a vir acontecer. Após Otto receber uma proposta para abrir sua empresa em Amsterdã (capital da Holanda) a família Frank muda-se para esta cidade em 1934 onde viveram durante seis anos, sustentados pela empresa do pai de Anne.  Margot e Anne sempre tiveram personalidades muito distintas: Margot era educada, reservada e estudiosa; enquanto Anne era sincera, energética e extrovertida.

 

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945, em 1940, os nazistas invadem os Países Baixos (nome dado a um conjunto de províncias na região onde se localiza a Holanda) e perseguem os judeus, implementando leis restritivas e discriminatórias, gerando segregações e proibindo-os de frequentar diversos locais. As irmãs Frank são proibidas de estudar nas escolas em que frequentavam, mesmo tendo excelente desempenho, e são obrigadas a estudar em instituições próprias para judeus. Otto transfere as suas ações e liquida a empresa para que não tenha os seus bens confiscados como estava acontecendo com outros judeus. Em 1942, a perseguição aumenta e a família decide se esconder.

 

A família se esconde em um anexo em um dos prédios da empresa de seu pai, o qual teve a porta de entrada coberta por uma estante, conhecido como Anexo Secreto. Era um espaço de três andares, que contava com dois quartos pequenos, um banheiro no primeiro andar, e acima uma grande sala, com uma outra pequena ao lado. A partir da sala menor, havia uma escada que levava ao sótão. A família deixou a casa antiga com aspecto bagunçado para dar a impressão que haviam saído de repente e Otto deixou um bilhete para dar a impressão de que tinham ido para a  Suíça. O gato da família foi deixado para trás. Como os judeus estavam impedidos de utilizar o transporte público, a família precisou andar quilômetros até o local do esconderijo. Além disso, vestia muitas roupas, uma em cima da outra, para não levarem bagagens e, assim, evitar chamar atenção. Otto foi ajudado por seus antigos colegas. Ainda no mesmo ano, mais quatro pessoas se juntam ao grupo: a família van Pels e o dentista Fritz Pfeffer. O espaço era apertado e Anne tinha que permanecer silenciosa e estava constantemente com medo. O dia dela, na maioria das vezes, começava cedo: por volta das 7h, ela pulava da cama para se lavar e tomar café. Depois das 8h30, quando os funcionários chegavam ao armazém para trabalhar, não podia mais fazer barulho. De meias ou descalça, evitava os degraus mais barulhentos das escadas, não utilizava água corrente, nem dava descarga na privada. Tossir, espirrar ou dar risadas era proibido. Conversar, só em sussurros. Anne passava as manhãs lendo e estudando. Por volta das 12h30, quando os funcionários saíam para almoçar, ela fazia sua refeição - a comida era racionada e carne, leite e ovos eram itens cada vez mais escassos - e, em seguida, ligava o rádio na BBC para ouvir notícias. Como nenhum dos oito moradores, por medida de segurança, tinha autorização para deixar o anexo, quem levava roupas e alimentos para eles eram quatro empregados de confiança de Otto: Miep Gies, Johannes Kleiman, Victor Kugler e Bep Voskuijl.

 

Pouco antes de viver no esconderijo, Anne recebe um diário de presente em seu décimo terceiro aniversário e começa a escrever quase que imediatamente. Ele era um livro de autógrafos, com estampa vermelha e branca com cadeado na parte da frente. Ela escreve sobre a sua vida; discute algumas mudanças no lugar que morava e no modo de viver, como a ocupação alemã na Holanda; enumera as restrições impostas à população judaica, além de descrever a tristeza com a morte da avó. Durante os dois anos que permanece escondida, Anne escreve sobre o cotidiano no Anexo Secreto, assim como o que pensa e sente. Também escreve histórias curtas, começa um romance e anota passagens de livros que lia, aguentando, assim, os dias no esconderijo.

 

Quando o Ministro da Educação do governo holandês no exílio, na Inglaterra, fez um apelo no rádio para que os cidadãos mantenham diários e documentos de guerra, Anne decide reescrever os seus diários individuais como uma história intitulada de Het Achterhuis (O Anexo Secreto).
Anne começa a reescrever o seu diário, mas, antes que pudesse terminar, ela e as outras pessoas que estavam escondidas são descobertas e presas por policiais no dia 4 de agosto de 1944, próximo ao fim da guerra. O grupo chegou a passar 2 anos escondidos. A polícia também prendeu duas das pessoas que os ajudavam. Até hoje, não se sabe ao certo qual a razão para a busca policial. Apesar da busca, uma parte dos escritos de Anne são preservados: dois outros amigos salvam os documentos antes que o Anexo Secreto seja esvaziado por ordem dos nazistas.

 

A família Frank é levada para um campo de concentração. Anne, a irmã e a mãe são levadas para um campo de trabalho para mulheres, enquanto o pai de Anne é levado para um campo de homens, em Auschwitz. No início de novembro de 1944, Anne é transportada com a sua irmã para o campo de concentração de Bergen-Belsen, enquanto seus pais ficam em Auschwitz. Em Bergen-Belsen, as condições são também miseráveis e Anne, como a sua irmã, fica com febre tifoide. Em fevereiro de 1945, ambas morrem das consequências dessa doença, primeiro Margot e, pouco depois, Anne.

 

O pai de Anne, Otto Frank, foi o único sobrevivente da família. Ele retornou a Amsterdã e descobriu que Miep Gies, uma das pessoas a ajudar a família Frank a se esconder, havia salvo o diário de Anne. Com esforço, ele conseguiu publicar o diário e este livro se tornou um dos mais traduzidos do mundo. Também foi lançado o filme The Diary of Anne Frank (O Diário de Anne Frank), em 1959, que foi vencedor de três Oscars, o prêmio mais aclamado do cinema. Em 3 de maio de 1960, foi inaugurado, na Holanda, o museu Casa de Anne Frank. Anne foi considerada pela revista Times um ícone do último século e também foi imortalizada em uma estátua de cera no Museu Madame Tussauds, um famoso museu de estátuas realistas de cera na cidade de Londres. Otto esperava que os leitores do diário tomassem consciência dos perigos s, da discriminação, do racismo e do ódio contra os judeus.​​

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Anne Frank

Otto Frank ( pai de Anne)

Margot Frank ( irmã de Anne)

Edith Frank ( mãe de Anne)

Anexo Secreto

Diário de Anne

Curiosidades

  • "A cada ano, na proporção que diminui o número de testemunhas oculares do Holocausto (como foi denominado o extermínio de judeus, ciganos, homossexuais e outras populações por nazistas e seus colaboradores), a importância de O Diário de Anne Frank tende a crescer", afirmou Jan Erik Dubbelman, responsável pelo departamento internacional da Casa Anne Frank, em Amsterdã

  • "Ele tem muito a nos ensinar sobre o quão frágil a vida pode ser e o quão urgente e necessário é proteger a dignidade humana."

  • Nelson Mandela declarou que, enquanto esteve preso, o diário o encorajou a lutar contra o apartheid (regime de segregação racial imposto oficialmente pelo governo da África do Sul contra a população negra do país).

  • O diário foi escrito em 4 versões: A primeira delas, chamada de a versão "A", é o manuscrito original, sem cortes. A segunda, ou "B", é a versão revisada pela própria Anne, após a proposta veiculada no rádio pelo Ministro da Educação holandês, em que a jovem decidiu reescrever seu diário, usando nomes falsos. A terceira, ou "C", é a versão editada por seu pai, Otto Frank, em 1947. Nela, omitiu detalhes considerados desnecessários, como as reflexões de Anne sobre sexualidade ou suas explosões de raiva contra a mãe, Edith. A quarta e última, a "D", é a versão revista, ampliada e organizada pela escritora e tradutora alemã Mirjam Pressler. Lançada em 1995, a "edição definitiva", de mais de 700 páginas, resgata os trechos suprimidos pelo pai em 1947.

  • Anne usou um diário, dois cadernos e 324 folhas avulsas de papel colorido para escrever e reescrever suas memórias.

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Séries e vídeos no YouTube sobre Anne Frank

E se ao invés de um diário, Anne Frank tivesse um vídeo diário?

O museu Casa de Anne Frank pensou nisso e fez uma série de vídeos postados as segundas e quintas, no canal do museu:

O canal do museu também tem outros vídeos interessantes sobre a vida de Anne Frank e sobre as questões que ela viveu. 

Fonte:

 

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Anne_Frank>. Acesso em 13 de abril de 2020.

Disponível em: <https://www.annefrank.org/en/anne-frank/who-was-anne-frank/quem-foi-anne-frank/>. Acesso em 13 de abril de 2020.

Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/geral-48589570>. Acesso em 13 de abril de 2020.

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