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Ruth de Souza

Ruth Pinto de Souza, conhecida como Ruth de Souza, nasceu no dia 12 de maio de 1921, no Rio de Janeiro. Viveu com a família em uma fazenda em Porto do Marinho, no interior de Minas Gerais, até os 9 anos de idade. Quando o seu pai faleceu, ela e sua mãe voltaram para morar no Rio de Janeiro, em uma vila de lavadeira e jardineiras, no bairro de Copacabana. Ainda menina, interessa-se por teatro ao assistir recitais no Theatro Municipal com os ingressos que a mãe, lavadora de roupas, ganhava das patroas. Sua decisão precoce de seguir a carreira artística desperta reações de descrença e chacota, já que na época era incomum artistas negras consolidarem a carreira de atriz por causa da estrutura social racista.

 

Através da Revista Rio, conhece o grupo de teatro liderado pelo diretor, dramaturgo e militante Abdias do Nascimento (1914-2011), o Teatro Experimental do Negro (TEN), onde ingressa em 1945. Estreia em 8 de maio de 1945, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes teatros brasileiros, com a peça O Imperador Jones, de Eugene O’Neil. Ao participar do primeiro grupo de teatro negro a subir no Palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro ao lado de outras mulheres negras, Ruth abriu caminho para outros artistas negros fazerem o mesmo. Este fato foi importante, pois o Theatro Municipal do Rio de Janeiro é considerado um símbolo do teatro tradicional, no qual se realizam grandes espetáculos até hoje. A primeira grande atuação de Ruth de Souza ocorreu em 1947, em O Filho Pródigo, do escritor Lúcio Cardoso (1912-1968). Com o Teatro Experimental do Negro, Ruth assume papel provocador de um teatro de intervenção e experimentação cênica, voltado à denúncia da exclusão social e da opressão cultural do negro no Brasil.

 

Em 1948, por indicação de Paschoal Carlos Magno (animador, produtor, crítico, autor e diretor, fundamental na dinamização e renovação da cena brasileira), recebe bolsa de estudos da Fundação Rockefeller e passa um ano nos Estados Unidos, estudando na Universidade Harvard, em Washington e na Academia Nacional do Teatro Americano, em Nova York. No mesmo ano, estreou no cinema, no filme Terra Violenta, baseado no romance Terras do SemFim, do escritor Jorge Amado. Participou, também, de inúmeras produções das três produtoras de cinema pioneiras em nosso país, entre as décadas de 1940-1950: Atlântida Cinematográfica, Cinematográfica Vera Cruz e MaristelaFilmes. Em 1953, conquistou reconhecimento nacional por sua participação em Sinhá Moça, o que impulsionou sua carreira de atriz cinematográfica. A obra aborda a luta abolicionista nos últimos anos de escravidão no Brasil. Sabina, personagem de Ruth, organiza uma fuga da fazenda onde é mantida. Numa cena-chave, é agredida pelo capataz no lado de fora da casa grande, enquanto a sinhá tocava piano. Ao se desvencilhar do opressor, a personagem altera a expressão facial, ergue a cabeça, modula o caminhar e segue até a senzala. O caráter determinado da atriz se traduz na postura de resistência na história.

 

Ruth foi a Primeira Dama negra do teatro, cinema e televisão do Brasil. Foi a primeira artista nascida no país a ser indicada ao prêmio internacional Leão de Ouro de melhor atriz, no Festival de Veneza de 1954, por seu trabalho em Sinhá Moça. Em 1958, filma Ravina, com Rubem Biáfora, um marco na cinematografia brasileira. Em 1959, vive um momento especial no palco, quando protagoniza Oração para uma Negra, de William Faulkner, com Nydia Licia e Sérgio Cardoso, no Teatro Bela Vista, em São Paulo.

 

Muitas das personagens das peças e filmes nos quais Ruth trabalhou ao longo das décadas de 1950 e 1960 remetem à resistência do corpo e à vivência negra na sociedade brasileira. Entre elas, a representação da escritora Carolina Maria de Jesus (1914-1977), autora do livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, publicado em 1960 e adaptado para o teatro em 1961. Depois de atuar em radionovelas, Ruth trabalhou nos teleteatros da TV Tupi e da TV Record. Em 1968, ingressa na TV Globo, tornando-se a primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela, atuando em Passos dos Ventos (1968), de Janete Clair e em A cabana do Pai Tomás (1969), inspirada em romance homônimo de Harriet Beecher Stowe. Assim, Ruth passou a participar intensamente da teledramaturgia desta emissora em diversas produções. Em 1983, volta a interpretar Carolina Maria de Jesus na minissérie Caso Verdade: Quarto de Despejo, da Globo.

 

Em sua longa trajetória, de repercussão internacional, contraria as construções estereotipadas de personagens negros. Com consciência política, cria gestuais e universos próprios para as mulheres que representa. Nos últimos anos, estava lúcida e bem de saúde e se considerava aposentada. Ela morreu em 28 de julho de 2019, enquanto estava internada em um hospital do Rio de Janeiro para tratar de uma pneumonia.​​​​

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Curiosidades

  • Em 1948, a colunista Maria Nascimento aponta-a como exemplo da “nova mulher negra” no jornal Quilombo: “Além de intérprete dotada de rara sensibilidade e poder expressional, ela é uma personalidade forte e interessante, estudiosa de todos os problemas de arte, inteligência alerta e sequiosa de aprender sempre mais”.

  • Foi homenageada pelo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2013 pelo Conjunto da Obra.

  • Em 2017, recebeu o Prêmio Dandara da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) (premiação dedicada a pessoas que contribuem para a valorização da mulher negra no Rio).

  • No carnaval de 2019, foi homenageada pela escola de samba carioca Acadêmicos de Santa Cruz com o enredo "Ruth de Souza – Senhora liberdade. Abre as asas sobre nós".

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Fonte:

 

Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruth_de_Souza>. Acesso em 20 de abril de 2020.

Site Brasil Memórias das Artes Atores do Brasil. Biografia de Ruth de Souza. Disponível em:<http://portais.funarte.gov.br/brasilmemoriadasartes/acervo/atores-do-brasil/biografia-de-ruth-de-souza/> . Acesso em 20 de abril de 2020.

Site Enciclopédia Itaú Cultural. Ruth de Souza. Disponível em:<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa349507/ruth-de-souza> . Acesso em 20 de abril de 2020.

Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Theatro_Municipal_do_Rio_de_Janeiro> . Acesso em 20 de abril de 2020.

Disponível em:<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa393306/paschoal-carlos-magno> . Acesso em 20 de abril de 2020.

Fonte das imagens:

Disponível em:: <http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa349507/ruth-de-souza> . Acesso em 20 de abril de 2020.

Disponível em:: <https://images.app.goo.gl/5ka7ARnFjeJqdtD19> . Acesso em 20 de abril de 2020.

Disponível em: <https://images.app.goo.gl/KrgCmJzyytVJ8f3c6>. Acesso em 20 de abril de 2020.

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